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terça-feira, 5 de abril de 2011

Tertuliano de Cartago

Tertuliano de Cartago

Nasceu em Cartago que se localiza ao Norte da África. Viveu no periodo aproximado dos anos 160 a 225 d.C. e a sua conversão ocorreu por volta de trinta anos de idade. Quase contemporâneo de Clemente.

Ele serviu de grande contribuição para a igreja ocidental e constantemente tem recebido o título de pai da teologia latina.

Tertuliano provavelmente tenha passado toda a sua vida em Cartago, embora tenha visitado Roma com frequencia. Alguns estudiosos entendem que Tertuliano morou em Roma algum tempo.

Por profissão era advogado e utilizou do fato de ser advogado e suas habilidades juridicas quando se converteu próximo no ano 190 para defender e explicar com clareza a fé cristã ortodoxa.

Nunca chegou a ser consagrado ao sacerdócio, nem foi canonizado pela igreja católica e ortodoxa e assim acabou a abandonando por volta do ano 207 que acabou sendo poucos anos antes de sua morte por volta do ano 212 e a causa da morte que o mais se tem por probabilidade é que seja de causas naturais.

O grande problema na vida de Tertuliano foi que ele deixou a Grande Igreja dos bispos na sucessão apostólica pelo caso de ter-se afiliado à igreja montanista da “Nova Profecia” em cartago. Tertuliano estava insatisfeito com o declínio moral e teológico que ocorreu. Embora não seja comprovado esse pode ter sido o motivo pela qual esse escritor ortodoxo na maioria dos aspectos nunca foi canonizado.

Tertuliano era alguém muito moralista, para ele todo cristão maduro tem que ter uma vida moralmente rigída desse modo ele acabou recebendo a acusação de ser o primeiro puritano cristão devido os seus escritos que eram bem volumosos e tratavam da moralidade, obediencia e rigor de comportamento e isso englobava o que se deveria vestir e aparencia apropriada.

O pastor de Hermas serviu de grande influencia para Tertuliano e a ideia principal é de que os cristãos são perdoados somente do pecado grave depois do batismo, portanto o crente deveria somente se batizar quando entendesse que teria forças para não pecar mais.

Apologia

Tertuliano argumentou a favor da unidade do Antigo e Novo Testamento contra Marcião. Marcião entendia que Antigo e Novo Testamento eram deuses diferentes e não o mesmo Deus.

Além disso se mostrou oponente ao caso de a teologia ou a apologia cristã ter que utilizar de material alheio às Escrituras e com desenvolvimento desse pensamento foi uma das primeiras pessoas a defender que as Escrituras tinham sua suficiencia em si mesma e ainda era contra aos que recorriam às filosofias para chegar em alguma conhecimento de Deus – assim ele estava se referindo ao grupo pertencente da Academia de Roma.

Tertuliano combateu várias heresias que se surgiam a respeito de Deus e de Jesus Cristo e mesmo que isso não tivesse quase nada de influencia de filosofia grega, Tertuliano acreditava que sempre poderia se encontrar uma influencia maligna agindo de maneira secreta que causava todas as heresias.

O legado de Terutuliano é praticamente trinta obras e a grnade maioria se trata de tratados anti-heréticos para acabar com os erros que os cristãos de Roma estavam comentendo.

O escrito Contra Marcião foi sua maior obra em diversos aspectos e devido a isso fez um ataque fulminante contra os ensinos de Marcião e acabou que fez uma exposição nova de muitas crenças cristãs fundamentais mostrando a fundo os verdadeiros significados e mostrando suas implicações.

Contra Práxeas foi uma crítica maciça que foi escrita depois que passou para o montanismo, mas sua influencia nas igrejas foi imediata e permanente.

Praxeas tenttou explicar a doutrina da Trindade sistemáticamente, mas alegou que os cristãos cressem em três identidades e até mesmo uma relação dentro do ser divino e isso deu origem ao modalismo e posteriormente encoporada por Sabélio e também chamado de Sabelianismo.

Tertuliano percebeu que seria uma heresia perigosa a explicação modalista da Trindade e unidade de Deus e além do mais parece que Práxeas era antinomista e devido a isso Tertuliano o acusou de expulsar a profecia.

Tertuliano escreveu uma Apologia por volta do ano 200 que se trata de um tratado sistemático sobre a fé cristã que levava o nome de Prescrição contra os hereges.

Em algumas classificações Tertuliano é colocado como apologista por causa do seu tratado com argumentos de lingaugem jurídica que foi endereçada aos perseguidores do cristianismo em defesa do mesmo. Neste tratado fala da vida, adoração e crença cristã de uma forma que ia muito além do já havia e fez com que a ortodoxia fosse antecipada. Ele se preocupava em mostrar o motivo pela qual os cristãos adoravam a Cristo e não a César ou qualquer outro tipo de deus que pudesse haver. Defendia que Cristo, o Filho do Pai é o Logos.

Prescrição contra os hereges fica evidenciado a contrariedade que Tertuliano tinha para com o uso da filosofia. A prescrição que ele fazia era contra todos os tipos de heresias que apareciam em Roma e que os cristãos por sua vez deveriam por obrigação evitar racionalizar as crenças cristãs.

O que Atenas tem haver com Jerusalém? É uma indagação de Tertuliano acerca do fato que atenas representa a Acadêmia Platônica e, por extensão de toda a filosofia grega, enquanto que Jerusalém tem haver com os ensinos de Jesus e os apóstolos. Embora Tertuliano aprovava os questionamentos e dentro da fé cristã isso não deeria exceder a regrea de fé apostólica e rejeitava qualquer estudo de fontes não bíblicas e não apostólicas para complementar, ou até mesmo interpretar, o testemunho da verdadfe transcende toda pesquisa e investigação humana.

Clemente X Tertuliano

Não se tem certeza se Tertuliano queria se opor à teologia de Clemente por causa da inserção da filosofia em sua teologia e Tertuliano se opondo a isso, mas a realidade é que muito se fala sobre isso mas nem Clemente queria fazer do cristianismo uma filosofia grega.

Tertuliano por sua vez não evitou de maneira completa a filosofia grega. Ele procurou de alguma forma apresentar conjunto de doutrinas bíblicas e apostólicas, Tertuliano, colocou algumas ideias estóicas como a antureza essencialmente material de toda a existencia, dessa forma estóicos e Tertuliano pensavam que o “espírito” era uma forma refinada de matéria.

Roger Olson faz um comparativo entre Clemente e Tertuliano e chega à conclusão que Clemente seria como Paul Tillich do século XX que procurou de alguma forma colocar em harmonia vários tipos de filosofia relacionada com a revelação divina usando o “método de correlação”. Do outro lado encontra-se Tertuliano que seria Karl Barth que buscou com todos os esforos possíveis evitar inteiramente qualquer indicio de filosofia em sua teologia amadurecida. Barth e Tertuliano procuraram criar um sistema de crenças puramente cristão sem qualquer influência dos modos pagãos ou seculares de pensar.

Abordagem teológica de Clemente e Tertuliano era tão diferenciada que chega a ser admirável como dentro de uma igreja unida podem haver abordagens tão diferenciadas como essas duas.

Mesmo que Tertuliano tenha ido para o montanismo o legado que ele deixou na igreja permaneceu na cabeça dos pensadores. Ele não entendia que poderia existir verdade util para o pensamento cristão que fosse fora da revelação divina, no entanto chegava a concordar de certa maniera com Clemente em seu pensamento principal ao dizer que “toda verdade era a verdade de Deus”, mas que nada encontrou de crucial para de muito util no tocantes as verdades para o cristianismo, exceto a revelação divina dada a Israel e aos apóstolos.

Segundo Olson, os termos liberais e conservadoresse caiba para os dias de hoje não significa que caiba para os teólogos antigos como Clemente e Tertuliano isso não daria certo, pois ambos acreditavam que toda verdade é verdade de Deus, mas Tertuliano seria uma seria um protótipo de pensador conservador e Clemente um protótipo de pensador liberal pelo fato de ser mais otimista a respeito da capacidade da mente humana de colocar-se acima das alegações aparentemente conflitantes a respeito da verdade e descobrir uma sintese da verdade, já Tertuliano era pessimista com respeito à capacidade da mente humana de evitar a idolatria e o sincretismo perigoso e advertia aos cristãos que se guardassem do estudo demasiado da filosofia para não ser atraido pela heresia. (Olson, 2001, p.92).

Clemente e Tertuliano não deram muita atenção à salvação, pois o foco de ambos eram descobrir a relação que fosse apropriada entre filosofia e teologia e descrever a natureza de Deus e do seu relacionamento com o mundo.

A informação que se tem é que ambos criam no livre-arbítrio e que o homem tem capacidade de cooperar com a graça de deus na salvação.

Tertuliano entendia que a salvação girava em torno do batismo e por isso o considerava como sacramento legítimo, enquanto que Clemente entendia que a salvação culminava em torno da ideia de se tornar um verdadeiro gnóstico.

A grande contribuição de Clemente foi em ser a maior influencia sobre o maior pai da igreja em Alexandria, Orígenes.

A grande contribuição de Tertuliano foi sobre ter influenciado Cipriano, bispo norte-africano mais influente do século III que deixou importante marca sobre a tradição latina do cristianismo.

Teologia de Tertuliano

Tertuliano elaborou pormenores minunciosos da doutrina da Trindade ao constrastar com a heresia de Práxeas, mas esse ensinamento foi deixada de lado ou praticamente esquecida pelo simples fato de se desviar para o montanismo e devido a isso os cristãos posteriores que caminharam lentamente por ignorancia quase total à realização de Tertuliano e por fim o resultado foram os concílios e credos dos séculos IV e V que chegaram bem próximas das afirmações que Tertuliano tinha feito quase 100 ou 150 anos. Tertuliano foi o pai das doutrinas ortodoxas da Trindade e da pessoa de Jesus Cristo.

Ele acreditava que um cristão maduro é aquele que não tem o interesse de procurar fora das Escrituras, nem no ensino dos apóstolos e nem da regra de fé cristã para seu interesse de especulação mental. Isso o tornava imune de heresias, pois todas as heresias surgem de um pensamento especulativo além do que a igreja e os cristãos sempre creram e alem do mais todo cristão tem que ter uma vida moralmente rígida.

Tertuliano era muito influenciado pelo livro O pastor de Hermas, livro que particularmente gostava muito e argumentava que no batismo eram se perdoados todos os pecados e tem que ser para o crente não pecar mais.

A contribuição positiva que Tertuliano tem a fazer é a descrição da doutrina da Trindade contra os argumentos que Práxeas apresentava.

Tertuliano não foi muito aceito com suas exposições teológicas sobre a Trindade, humanidade e divindade de Cristo, mas algumas partes de seu ensino ficaram firmes e foram importantes para a formação da ortodoxia no Oriente e no Ocidente.

Tertuliano resolveu assuntos que a igreja só viria a resolver séculos mais tarde se os lideres eclesi´saticos tivessem prestado atenção em Tertuliano muitas controvérsias teriam sido evitadas, mas isso não aconteceu devido ao crédito que ele perdeu por ter desertado do cristianismo, então as igrejas do Oriente não tiveram acesso ao material de Tertuliano uma vez que ele escrevia em latim e era um idioma cada vez menos usado no Oriente, outro fator também se dá ao fato que Tertuliano tratava com veêmencia a questão antifilosofia e a maioria das vozes do Oriente deram grande ênfase à filosofia como ferramenta para a teologia.

Práxeas dizia que existia um só Senhor e que este desceu para dentro da virgem e assim ele sofreu, ele era o próprio Jesus Cristo. Dessa maneira Tertuliano deu o rótulo para esse pensamento de pratipassionismo que é o sofrimento e a morte do Pai, logo, essa palavra se tornou um sinônimo teológico para a teoria modalista da Trindade que foi a proposta de Práxeas e posteriormente por Sabélio.

Práxeas ensinava que só existe uma identidade em Deus e assim ela podia ser manifesta como Pai, Filho ou Espírito Santo.

Tertuliani rejeitou e confrontou a ideia da unidade de Deus, assim disse que era absurdo que o Pai morresse na cruz assim como também era impróprio, uma vez que o testemunho apostólico mostra claramente que somente o Filho morreu na cruz.

Em contrapartida ao modalismo, Tertuliano, desenvolveu o conceito “monoteísmo orgânico”, isto é, “unicidade” de Deus não impede nem exclui qualquer tipo de multiplicidade, assim como os organismo biológicos podem ser “um” e, ao mesmo tempo consistir em partes interligadas e mútuas.[1]

Em outras palavras o que Tertuliano estava querendo dizer é que o Deus na qual os cristãos devem crer é o que tem uma substancia e três pessoas, sendo que o termo substancia faz referencia à existencia ontológica que fa com que cada um seja o que realmente é e por pessoa se referia à identidade de ação que fornece a qualidade de ser distinto. a ideia subjacente é a distinção sem divisão. Tertuliano fazai quetão de mostrar com base nas Escrituras, que as três pessoas divinas são distintas entre si.

Segundo argumentava Tertuliano, embora o Pai fosse de certo modo “maior” do que o Filho e o Espírito, ele nunca existiu sem eles. O Verbo e o Espírito existam em Deus Pai antes do mundo passar a existir e “surgiram” dele sem de forma alguma ficarem perdidos ou separados da origem da sua existencia em Deus Pai. Eles são inseparáveis, indivisos e, no entanto, pessoas distintas do Pai, que permanece o “monarca” sobre tudo.[2]

A relação para Tertuliano dos três é de que o Pai continua sendo a fonte suprema e governante sobre tudo, embora smepre tenha consigo o Verbo e o Espírito e os envie para o mundo como seus agentes, sem perdê-los pela divisão ou separação. Todos continuam com a mesma substancia divina.

Tertuliano ao falar sobre a humanidade e divindade de Jesus Cristo, usou os mesmos conceitos de substancia e pessoa dizendo que Jesus tinha tanto substancia humana como substancia divina, mas ele era a mesma pessoa de uma identidade e não duas pessoas ou alguem de duas identidades.

Ele explicou que as duas naturezas de Cristo agiam distintamente que mesmo que as duas naturezas fossem unidas em Jesus não devem ser confundidas com a ideia de que eram capaz das mesms atividades e experiencias. Deus é impassivel de sofrer, logo, somente a natureza humana poderia sofrer e morrer. Todo esse raciocinio é para garantir que a divindade de Jesus Cristo não experimente o que é impróprio para o ser divino: a limitação, a imperfeição e o sofrimento.



[1] OLSON, Roger. História da Teologia Cristã.Vida. Tradução Gordon Chown. Editora Vida. São Paulo. 2001. p.97.

[2] OLSON, Roger. História da Teologia Cristã.Vida. Tradução Gordon Chown. Editora Vida. São Paulo. 2001. p.97.

O Cego que Avistou Jesus

Embora o título desta reflexão pareça contraditório quero falar sobre uma pessoa que não tinha visão, no entanto, enxergava mais do que os que não tinham problemas em seus olhos.

O cego na qual estou me referindo é Bartimeu e sua história está relatada em Marcos 10. Ele estava à beira do caminho e Jesus se aproximando começou a clamar por Ele com as palavras “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim” – ao proclamar “Filho de Davi” o cego estava dizendo que estava crendo que Jesus era o Messias que os judeus esperavam e ele por sua vez entendeu e cria no poder de Deus que estava sobre Jesus.

Os fariseus, mestres da lei, enfim, teólogos da época não foram capazes de ver no sentido de entender que aquele era o Cristo.

Muito me preocupa se em pensar que se nos dias de hoje acontecesse tal cura as pessoas que queriam impedir que o cego gritasse diriam para ele que deveria colocar copo d’água em cima da TV, pegar a toalha suada, fazer uma campanha de libertação, etc... e assim após a cura o ex-cego seria colocado para dar seu testemunho em diversos lugares e logo receber um cargo de pastor, apóstolo ou algo do gênero.

Que possamos estar atentos as necessidades das pessoas que são de salvação genuína e direcioná-las para o poder de Deus que é suficiente para o ser humano e não dirigir ninguém em direção ao sincretismo religioso em uma busca desenfreada por milagres mirabolantes.